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terça-feira, 27 de julho de 2010

Draculino e a volta aos ringues aos 39 anos



Há quase cinco anos afastado dos ringues, Vinícius Draculino está de volta. Aos 39 anos, o líder da Gracie Barra BH, que já formou campeões como Rômulo Barral, Rafael Sapo, Joaquim Mamute, Cristiano Titi, entre muitos outros, foi escalado para lutar no Strikeforce do dia 21 de agosto. “Tem o maior tempão que eu não luto... Eu fui ver um grande show em Houston, perguntaram se eu tinha interesse, e eu pensei: “É como se tivesse a melhor festa do ano, me convidassem e eu não fosse”, contou Draculino. De passagem pelo Brasil, o faixa-preta, hoje radicado nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista exclusiva ao site TATAME, onde falou sobre o seu retorno aos ringues, analisou seu adversário, Rocky Long, e comentou sobre a expectativa da estréia de seu pupilo Rafael Sapo no UFC. Confira a entrevista a seguir.

Para a surpresa da galera, você foi anunciado pelo Strikeforce. Como surgiu esta oportunidade?

Pois é, eu fui ver um grande show em Houston, perguntaram se eu tinha interesse, e eu pensei: “É como se tivesse a melhor festa do ano, me convidassem e eu não fosse”. Quero muito participar dessa festa e vamos ver no que vai dar. Estou treinando, acho que vai dar pra ir legal e fazer uma boa apresentação.

Há quanto tempo você está sem lutar?

Tem o maior tempão. Faz cinco anos.

Tudo isso por conta de contusões?

Meu joelho. Eu fiquei pronto para lutar em vários eventos, infelizmente eu me machuquei em dois, mas agora estou me sentindo bem, graças a Deus, bem, dentro do possível, mas estamos aí. Estou treinando bem, já perdi peso, mas preciso perder mais 5kg, estou me sentindo um pouco pesado.

Em categoria você pretende lutar?

Vou lutar até 65kg.

Tinha tanto tempo que você não lutava que tiveram pessoas que cogitaram uma aposentadoria...

Eu estava há muito tempo sem lutar, mas aposentado não. Competi sem quimono em 2008, foram dois eventos que eu fiz: um deles o Mundial sem quimono, mas eu estava estruturando a academia, então não tinha como dar uma boa focada. Agora eu estou conseguindo treinar, estava treinando a parte física sem saber de nada, só porque eu estava me sentindo legal e quando eu tive a oportunidade e estando me sentindo bem, por que não? Vamos trocar umas bolachas lá para ver.

Depois disso você pretende fazer outras lutas?

Olha rapaz, eu aprendi na minha vida que eu nunca falo ‘nunca’. Não sei, vamos ver. Estou me sentindo muito bem cara, estou me sentindo bem para caramba. O meu gás está melhor do que o dos garotos novos, mas é aquilo... Eu não estou fazendo isso por dinheiro, eu não estou fazendo isso pela fama, não é nada disso. Eu estou fazendo porque me deu vontade. O negócio é meio complicado, é como se fosse um vício, entendeu? Deu vontade de novo, bateu aquela coceira e a minha mulher falou: “faz a última, faz essa aí só para se despedir”. Eu falei que não sabia, então vamos ver (risos).

Com quantos anos você está?

Eu vou fazer 39 no próximo sábado. Não é 39, é 3.9 (risos).

Você conhece o seu adversário? O que você sabe dele?

Conheço. Ele é um dos caras mais famosos aqui dentro do Vale-Tudo, tem 40 lutas. O cara é muito experiente, mas tem mais derrotas do que vitórias, é um cara que vem do Boxe, é americano-hispânico. Por ser um cara do Boxe, é muito difícil de nocautear, vai para a decisão em muitas lutas, é difícil de botar para baixo, mas, de chão, parece que ele não é muito bom.

Qual será a estratégia?

A tática é que ele está pensando que eu vou agarrar, mas eu vou enfiar a porrada na cara dele (risos). Quando ele achar que a gente vai trocar, aí eu boto ele na minha área, se Deus quiser.

Seu aluno, o Rafael Sapo, fechou com o UFC. Qual é a expectativa para a estréia dele?

Eu te falei, cara. O Sapo é um cara altamente dedicado, ele está morando em Nova Iorque hoje, mas eu sempre vou para ajustar ele perto das lutas. Ele está muito bem assessorado lá com o Renzo Gracie, com o (Ricardo) Cachorrão, então ele está sempre pronto. Ele é muito dedicado, muito focado. O UFC é “foda”, é muito complicado porque você nunca sabe o nível do cara. Mas eu acho que ele tem condições de fazer uma luta muito boa, ele está na melhor fase dele. Na última luta dele, ele deu um show, ele matou o Travis (Lutter), ele dominou e conseguiu um nocaute no primeiro round. Tenho outros caras que estão para lutar também... Vai ter o Brasil Fight agora em Belo Horizonte e seis alunos meus vão lutar: tem o (Cristiano) Titi, o Coelho, o (Marcelo) Uirapuru, o Thiago... São seis no total. A gente montou uma equipe legal, tem uns gringos duros para caramba, tem um levinho lá que já está com quatro vitórias e nenhuma derrota e eu acho que, de repente, vão botar ele para lutar no WEC, então está tudo indo legal, graças a Deus. É culpa dessa galera eu estar em forma.

Você tem atletas que lutam MMA e outros que estão mais focados no Jiu-Jitsu. Como você consegue conciliar esses treinos?

Cara, a minha equipe sempre foi muito bem estruturada, graças a Deus. Eu nunca fui um cara que cria uma ponte para fazer um trabalho. A minha primeira preocupação é de deixar a equipe estruturada e bem. A equipe fica lá na mão do Marcelo, que é o coordenador geral, mas tem também o Serginho, o Coelho, tem o Caloquinha, o Maurão... Os caras fazem com que os treinos sejam perfeitos para a rapaziada. Eu venho três vezes por ano, então está tudo ótimo. O mérito é dos caras também porque eles são dedicados, então fica tudo tranquilo.

Agora você vai para os Estados Unidos ou vai ficar em Belo Horizonte treinando?

Sim. Estou há uma semana aqui treinando e estou me sentindo bem. Os garotos ficaram impressionados com o meu gás, eu estou me sentindo realmente muito bem. Eu vou ter que voltar para os Estados Unidos, porque eu tenho que fazer uns exames para a Comissão Atlética. Lá no Texas, se você é velho, eles te pedem uma bateria de exames e você demora uns três dias só fazendo exames (risos). Se Deus quiser, eu vou passar. Ainda tem essa, né? Tenho que passar no teste, mas acho que vai dar.


Equipe Mineirinho de Jiu Jitsu

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