
Foto Eduardo Ferreira, direto da Califórnia
Na grande final da categoria meio-pesado do Mundial de Jiu-Jitsu 2010, uma lesão acabou encerrando precocemente o duelo entre Tarsis Humphreys e Rômulo Barral. Campeão da categoria pela primeira vez, Tarsis enviou um e-mail à TATAME, revelando os bastidores da final e comentando cada segundo da final do Mundial. Confira abaixo o depoimento do grande campeão:
“Após a semifinal contra o Telles, eu fui para o meu hotel dar uma descansada e comer algo. Saí de lá no horário. Segundo a organização do evento, as finais rolariam às 4h40, só que no meio do caminho o Batista me passou um alerta no meu radio perguntando onde eu estava, pois já tinham me chamado umas três vezes, que o barral já estava na área esperando para entrar e que iriam me dar WO. Era umas 3h30, eu estava no estacionamento. Parei o carro no estacionamento e lá mesmo já vesti o kimono e saí correndo para entrar no ginásio.
Corri até a entrada, desci as escadas direito para a entrada do tatame e já fui indo para o tatame onde seria a final. Vi o Gurgel, achei que já ia tomar um ‘esporro’, mas ele foi muito legal e esperto. Ele falou “calma, respira, entra lá e se concentra na luta”. Se ele tivesse feito o contrario acho que terei dado tudo errado.
Entrei no tatame, cumprimentei os juízes e o Barral, nos desejamos uma boa luta e aí começou. Puxei para a guarda, pois pensei que essa seria a melhor a estratégia para ganhar do Barral, já que no ano passado não aconteceu nada na nossa luta e ficou no 0 a 0. Então pensei que, se chamasse, poderia raspar e ter uma vantagem sobre ele, e fazê-lo, assim, abrir mais o jogo, o que facilitaria para ele errar e eu passar a guarda dele.
O que aconteceu foi que puxei e não consegui raspar, fui obrigado a virar de quatro apoios e fazer a “turtle guard”. Até então eu estava perdendo, pois ele tinha uma pegada nas costas e estava tentando colocar os ganchos.
Defendi uma vez, e na segunda vi que ele deu uma brecha com a perna, e foi aí que decidi atacar uma leg-lock. Puxei a perna dele, ela esticou e escutei o Gurgel gritar “arrocha que vai pegar”. Foi o que fiz. Depois escutei o Draculino falar para o Barral defender.
Quando o Barral tentou fazer a suposta defesa senti que a perna dele ficou mole de repente, acredito que foi quando ele tentou girar para dentro o joelho dele ao invés de virar para fora e ceder a raspagem. Continuei segurando, pois não queria deixar ele puxar o pé para fora e pegar minhas costas, e eu queria finalizar na leg-lock ou poder ficar por cima e ganhar os pontos de raspagem.
Foi uma posição legal e em momento algum forcei o joelho dele em uma posição inválida, tanto que da para ver na foto (acima), que meu rosto não tem uma feição de que estou fazendo forca, e sim só segurando a perna dele.
Escutei o Barral falando “meu joelho, meu joelho”, e ele falou para o Draculino que tinha machucado o joelho, que tinha saído do lugar e que não dava mais.
O juiz parou a luta e me deu a vitória. Fiquei chateado com a lesão do Barral, espero que não seja nada grave e que ele se recupere logo. Não tive a intenção de fazer qualquer posição que pudesse causar um machucado nele. Ele é meu amigo, nós sempre conversamos nos campeonatos e nos damos muito bem. O Barral é um cara muito gente fina, de caráter, um excelente competidor. Gosto muito do Jiu-Jitsu dele”.
Equipe Mineirinho de Jiu Jitsu
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