
Fotos arquivo pessoal
O americano Luis Carreno começou a praticar Jiu-Jitsu com Amaury Bitteti na Flórida, Estados Unidos, e mais tarde passou a treinar com o brasileiro Christiano Bertolucci, em Nova Iorque. Com a faixa roxa na cintura, Luis está focado em um trabalho especial na Colômbia. Numa entrevista exclusiva à TATAME, o gringo falou sobre o trabalho de inclusão da arte suave no exército colombiano, a ação social com o Jiu-Jitsu no nosso vizinho sul-americano e muito mais.
Como você começou a trabalhar com o Jiu-Jitsu na Colômbia?
Me mudei para a Colômbia em outubro de 2009 e comecei a introduzir o Jiu-Jitsu na forma de seminários em diferentes escolas de artes marciais. Desde 2009, fiz mais de 20 seminários em grandes cidades como Bogotá, Bucaramanga, Burrancabermeja, Armenia, Tunja e Valledupar. Até hoje, a Team Legacy Jiu-Jitsu está com quatro grupos, e nosso objetivo é fechar o ano com oito escolas de Jiu-Jitsu.
Qual foi a maior dificuldade quando você começou a trabalhar na Colômbia?
Acho que o mais difícil foi conseguir patrocinadores que apoiassem nossa atividade pioneira e projetos sociais. Como o Jiu-Jitsu é um esporte novo na Colômbia, estamos mostrando ao público em geral com exibições, cursos e torneios para mostrar ao povo colombiano os benefícios de praticar a arte suave.
Como era o Jiu-Jitsu colombiano antes da sua chegada?
Quando eu cheguei à Colômbia praticamente não existia Jiu-Jitsu. Tinha uma equipe em Medelín. Eu também achei uma equipe que se dizia a “única autoridade de Jiu-Jitsu na Colômbia”, mas eles eram muito polêmicos e queriam propagar o Jiu-Jitsu de forma muito agressiva, de um jeito impróprio. No geral, encontrei um país com pouca informação sobre o que é o Brazilian Jiu-Jitsu. Hoje a Colômbia conta com pelo menos seis grandes e bem estruturados times de Jiu-Jitsu, que seguem as autoridades e modelos internacionais.
No Brasil, o Jiu-Jitsu é bastante usado como ferramenta social, ajudando a tirar jovens das ruas e da vida criminosa. Como é na Colômbia?
A Team Legacy tem um projeto social em Bucaramanga chamado “Fundação Arte Suave”, onde eu ensino a arte do Jiu-Jitsu a crianças cegas. Essas crianças vêm de comunidades muito pobres e eu ensino de graça. Esperamos que o Jiu-Jitsu mude a vida delas para melhor. Também existe um projeto social na cidade de Cali, onde um membro da equipe Gracie Barra ensina Jiu-Jitsu a crianças das favelas.
Você trabalha com algum brasileiro?
Sim... Eu trabalho sob a tutela do Christiano Bertolucci, que é um faixa-preta brasileiro. Eu também tenho um amigo de Fortaleza que recentemente veio e visitou a Colômbia, André Mateus. Pretendo convidar outros amigos do Brasil para vir aqui e nos ajudar a ensinar Jiu-Jitsu.
Você pretende trazer alguns alunos para competir no Brasil ou em outro país?
Claro... Irei ao Brasil este ano para treinar um mês na academia do meu professor em Poços de Caldas, Minas Gerais. Pretendo levar meus alunos para o Brasil no próximo ano para competir. A ideia é implantar uma base sólida este ano em toda a Team Legacy Jiu-Jitsu para que possam lutar bem nos torneios brasileiros.
Como você acha que eles se sairiam hoje se viessem competir aqui?
Eles precisariam treinar muito, mas acho que eles estão sendo moldados por mãos boas e um bom time. Temos um excelente programa de Jiu-Jitsu, que está focado no Jiu-Jitsu tradicional, além do avançado para competições. Eu também procuro fazer com que meus alunos aprendam a história do Jiu-Jitsu, assim como seus valores e filosofia.
Vocês já formaram algum faixa-preta?
Ainda não existem colombianos com faixa marrom ou preta aqui na Colômbia. Um amigo meu, Carlos Barreto, que veio do Panamá, é faixa marrom e dá aulas em Medelín e comanda uma escola da Gracie Barra. Eu também conheço alguns colombianos que são faixas marrom ou preta nos Estados Unidos. Em breve eles voltarão para a Colômbia para ajudar no meu trabalho.
Equipe Mineirinho de Jiu Jitsu
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