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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Da favela para o octagon, Chatubinha brilha


Reportagem e foto Eduardo Ferreira

O caos que tomou conta do Rio de Janeiro, com a guerra entre as forças policiais e o tráfico que comanda as principais favelas da cidade, atrapalhou a vida de Igor Chatubinha. Morador da Vila Cruzeiro, principal foco da violência na última semana, o lutador precisou se virar para finalizar os treinos e embarcar para Belo Horizonte, onde enfrentaria Marcelo Uirapuru no último sábado (27), no Brasil Fight 3. “A gente tem que sair de lá e ir para o CT debaixo de bala mesmo, tem que treinar”, conta Chatubinha, que comemorou duas vezes: ao ver a favela pacificada e ao conquistar a vitória por nocaute em apenas 18 segundos. Em conversa com a TATAME após a luta, Igor falou sobre a violência, os treinos e a expectativa por mais lutas em 2011.

Você surpreendeu na primeira luta, finalizando com um triângulo de mão, e agora conseguiu o nocaute. A sua estratégia era mesmo de trocar?

Eu vim preparado para fazer três rounds com esse cara, que eu sei que é duro, e aconteceu. Eu joguei o soco, ele estava de guarda baixa, e você sabe como é: trocação é loteria.

O público estava meio bravo com você... Existia uma rivalidade?

Não, não tem rivalidade nenhuma, eu o admiro para caramba, mas o pessoal ficou de bronca comigo. O público, não ele.

Você fez quantas lutas esse ano?

Fiz oito lutas esse ano, totalizei a nona luta agora no evento do Gazé, lá no CT.

Você veio de derrota, não foi?

É, perdi para o Toninho Fúria, mas é isso aí, continuei treinando...

Você acha que as suas derrotas podem estar te atrapalhando a ter uma chance no exterior, mesmo com um cartel muito mais positivo do que negativo?

Atrapalha um pouco... Se você tem muita derrota atrapalha um pouco, mas...

Isso tudo que vem acontecido na Vila Cruzeiro te motivou aqui para a luta?

É. A gente fica um pouco chateado com o que está acontecendo na Vila Cruzeiro por causa dos treinos. A gente tem uma academia lá no meio da Vila Cruzeiro, fica um pouco difícil para treinar, mas a gente não pode ficar em casa sem treinar porque tem sempre um treinando para pegar a gente. A gente tem que sair de lá e ir para o CT debaixo de bala mesmo, tem que treinar.

Esse nocaute foi bom para mostrar que você não tem só o triângulo de mão?

É, muitos falam isso, acham que eu só tenho o triângulo de mão, mas não é. É a minha especialidade, eu pego triângulo de mão em qualquer posição, mas eu também treino em pé.

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