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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Gesias Cavalcante


Bicampeão do Hero’s, Gesias Cavalcante estreou no Strikeforce contra o ex-campeão Josh Thomson, mas a decisão dos jurados não foi favorável ao brasileiro, que foi superior em boa parte do duríssimo combate. Em busca de um 2011 melhor, o peso leve embarcou para Nova Iorque, para treinar com Marcelinho Garcia e Ricardo Libório, e bateu um papo com a TATAME sobre seu futuro no Strikeforce, de olho numa revanche contra Thomson. “O meu próximo adversário que eu queria era o Josh Thomson para deixar as coisas claras (risos). Gostaria de lutar na casa dele, em San Jose, como foi a outra luta, porque eu acho que até uma motivação a mais para mim”, garante Gesias, que falou sobre a fusão entre UFC e WEC, o monopólio do Ultimate e mais.

Como estão as coisas em relação ao Strikeforce? Já te falaram quando você vai lutar?

Vai ter uma edição do evento agora em janeiro, mas o card já estava completo, os caras me avisaram que eu não ia estar neste card. Eles estão querendo me botar no próximo, que eu acho que vai ser em fevereiro, mas não me deram oponente, não me deram nada. Só me deram a expectativa de que eu posso estar lutando em fevereiro.

Você já está de volta aos treinos depois da luta do Josh Thomson, ou está em um ritmo mais devagar, esperando a confirmação?

Não, eu estou treinando. Esse mês acabou que eu viajei bastante, foi bom para caramba porque eu treinei em vários lugares, treinei com o Marcelinho (Garcia) em Nova Iorque, treinei no Canadá, quando eu fui para o Ultimate, então eu viajei bastante. Tive a oportunidade de estar treinando e curtindo com a minha família (risos).

O que você achou da sua última luta, que teve um resultado polêmico?

No meu julgamento, eu achei que eu fiz o meu trabalho, fiz o suficiente para ganhar. Dominei o primeiro e o último round, perdi o segundo, mas é isso... Não vou ficar procurando culpado, não quero apontar o dedo para ninguém. Se eu tiver que apontar o dedo para alguém é para eu mesmo, por não ter feito todo o meu trabalho, ter feito só 50% do meu trabalho. Tive a oportunidade de nocautear, tive a oportunidade de finalizar e não o fiz, então o meu foco para estar sempre bem é melhorar esses pontos, ficar mais afiado ainda para depois não ter esse “quase lá”... Eu quero ganhar.

Como foram esses treinos que você teve lá em Nova Iorque com o Marcelinho?

Ele é a lenda. Por acaso, o (Ricardo) Libório estava lá, com um pouco do treino que eu tive lá... Tanto o Libório quanto o Marcelinho são enciclopédias que não acabam. Foi bom aproveitar o treino com eles. Eles estão sempre trocando informação, trocando ideia, daqui a pouco estavam inventando alguma coisa nova... Foi muito bom para mim, até por eu estar em um lugar diferente, com uns caras que me amarro. Eu conheço o Marcelinho há muito tempo, foi muito bom. Foi como um seminário particular para mim (risos).

O que você acha da sua categoria no Strikeforce? Quem pode ser o seu próximo adversário?

O meu próximo adversário que eu queria era o Josh Thomson para deixar as coisas claras (risos). Eu odeio essa dúvida que ficou na cabeça dos outros. Gostaria de lutar na casa dele, em San Jose, como foi a outra luta, porque eu acho que até uma motivação a mais para mim, principalmente para eu conhecer mais o evento, ver os problemas do evento, até porque evento novo sempre tem problema, sempre tem alguma coisa que você não está acostumado. A diferença de horário, a ordem que eles fazem as coisas, eu tive um problema lá com a comissão e não tive tempo para me aquecer e fazer as minhas paradas, mas eu já estava esperando, a minha cabeça estava pronta para isso também. Eu queria ter a mesma oportunidade de novo, no mesmo lugar, com os mesmos juízes... Eu acho que eu ia até gostar, para deixar claro mesmo que eu fui lutar, que eu tenho capacidade de ganhar dele, que da outra vez eu venci, mas não me deram a vitória.

Chegaram a cogitar essa revanche na internet. Alguém do evento chegou a te procurar para falar sobre uma possível revanche?

Ninguém do evento chegou a falar, até porque o Josh está para lutar agora no fim do ano (Dynamite) e já tinham cogitado uma luta entre ele e o (Gilbert) Melendez, mas acabou que o Melendez não vai lutar no final do ano, então está meio incerto o que vai acontecer, se eles vão me dar a revanche e quem vencer luta pelo título, ou se eles vão me dar uma outra luta para deixar o Josh lutar com o Melendez pelo título. Eu estou que nem a galera, só esperando e treinando, fazendo o meu. O importante é que eles me dêem a data, que eu lute logo, não importa contra quem seja. Estou acostumado com isso, no Japão não era diferente.

O que você achou da fusão entre UFC e WEC, valorizando os atletas mais leves?

Isso daí foi demais, foi muito bom, principalmente para os moleques mais leves, abaixo de 145lbs. Até mesmo para o pessoal do peso leve, que juntou... É bom ter mais competição, mas é ruim pelo fato de que é menos gente. Todo mundo que está lutando no WEC vai lutar no Ultimate, mas eu vejo muitos cortes. Muita gente que estava lutando vai ser cortada porque não tem tanto evento para tanto lutador. Para a galera do WEC foi excelente, mas eu gostaria que o WEC tivesse se fortalecido e ficasse tão grande quanto o Ultimate, mesmo sendo da mesma companhia, da Zuffa. Na minha visão de atleta, eu acho que, para o esporte, o melhor seria que o WEC crescesse.

Acaba tornando ainda mais o monopólio do UFC...

É. O próprio Dana White já falou, agora é selva. Quem vai lutar, tem que ganhar. Se não ganhar, se não se apresentar bem, o cara vai ser cortado. Não tem essa. Ele está certo, é o business dele, aquilo é o ganha-pão dele. Ele já fez muito pelo esporte, mas por outro lado, o lado do ser humano, está sendo muito mexido com essa relação que ele tem com os atletas.

Qual é a sua expectativa para o próximo ano?

Eu estou muito empolgado para 2011. Vou renovar um milhão de coisas, estou me sentindo bem, estou sentindo que eu estou voltando ao meu tempo. Fiquei muito tempo parado, voltei, lutei, fiquei mais um ano parado, então eu estou voltando a pegar o meu ritmo de volta, meu ritmo pedreira. O que me oferecerem, eu pego. Quem quer que eles coloquem, vamos lá. Vou me testar. Eu gosto muito de uma coisa que o Renzo (Gracie) falou: “vou morrer velho e cagando nas calças, mas vão saber quem eu fui”, e eu penso do mesmo jeito. Eu tenho que passar pelas minhas barreiras. Em cada luta eu penso que eu fui o campeão, até nas minhas lutas que eu perdi, eu fui campeão em algum ponto.

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