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sábado, 24 de setembro de 2011

Raio-x de Jones x Rampage: Quem vence?


Por Fernando Zanchetta, do Yahoo! Esportes

Foto UFC

Jon Jones x Rampage Jackson colocará frente a frente duas gerações de lutadores e tem grande potencial para ser eletrizante como atração principal do UFC 135, sábado (24), em Denver, Estados Unidos.

Atual campeão, o prodígio Jones defende pela primeira vez o mérito contra o falastrão - e desafiante da vez - Rampage, que já deteve o cinturão em 2007. O combate conta com diversas peculiaridades que podem fazer a diferença. Abaixo, analisamos algumas delas.

(Im)previsível

O confronto estilístico promete ser acentuado. Com envergadura de 2,14m, Jones desenvolve o alcance “monstro” com maestria da longa para a média distância. Não é propriamente um atleta de carga bruta nos golpes, mas utiliza com sabedoria recursos que potencializam socos, chutes, cotoveladas e joelhadas, como giros e fintas inusitadas.

O Wrestling - sua modalidade de origem - é bastante agressivo e facilita estabilizar posições e vantagens por cima, no chão. Nesta área, usa cotoveladas brutais em diversos ângulos e já surpreendeu com finalizações muito técnicas.

Contra Shogun, Jones mostrou personalidade em aceitar as trocas de golpes desde o começo. Resta saber se desta vez atuará com tática neutralizante das características do oponente.

Atleta mais “força bruta” e menos estratégico, Rampage tem estilo mais unidimensional e pouco suscetível para mudanças radicais. Mesmo assim, o bom poder de absorção dos golpes e o “queixo duro” são características fortes.

Com bom poder de nocaute em ambos os punhos, mesmo com menos variações nos ataques, a potência dos cruzados é um dos destaques, sobretudo na curta distância, onde se sente confortável para golpear ou aproveitar vantagens nos momentos de clinche. Tem também padrão de quedas bastante ofensivo. A defasagem principal é a luta no solo, ainda um tanto básica e estritamente defensiva.

Olho vivo?

Um episódio chamou atenção nos bastidores do combate. Desconfiado de que algum integrante da equipe de Jones estaria infiltrado para transmitir informações dos treinos, Rampage forjou contusão e contou apenas aos supostos 'espiões'.

Pouco depois, a notícia repercutiu na imprensa e cúpula do UFC, que entrou em contato com os empresários de Rampage para saber se o fato era verídico. O atleta afirmou que só havia falado sobre o caso com duas ou três pessoas ,e que a suposta 'espionagem' estava mais que evidente.

O campeão se defendeu e alegou que não precisa de qualquer apelação para vencer o adversário. "Espionar um cara que luta da mesma forma há anos seria grande bobagem, além de algo totalmente inútil. Não é preciso nada disso", respondeu Jones. Polêmica pouca é bobagem.

O mito da primeira

Mesmo embalado pela boa fase na carreira, Jones terá pela frente o desafio que mais afeta psicologicamente dez entre dez campeões: a primeira defesa do título.

A necessidade de provar que realmente é o campeão e parar a grande rotatividade do cinturão da categoria (vigente já há mais de quatro anos), o “hype” de marketing e promoções tem sido grande sobre o campeão mais jovem do Ultimate (23 anos), desde a incorporação das categorias de peso. O atleta faz o estilo bonachão e amigão dos fãs, mas resta saber as reais consequências de tanto assédio, acrescida do peso da fama, não começarão atrapalhar.

Rampage foi campeão em 2007, quando venceu Chuck Liddell por nocaute (UFC 71). Depois, passou pela primeira defesa contra Dan Henderson (UFC 75) e perdeu o mérito na disputa seguinte, para Forrest Griffin (UFC 86), já em 2008.

As últimas atuações do lutador foram um tanto polêmicas e mornas (contra Lyoto Machida e Matt Hamill, respectivamente), mas tudo pode acontecer. Mesmo como azarão em todas as bolsas de apostas para o desafio, Rampage confia na vivência no esporte para surpreender.

PALPITE: a dominância de Jones é inerente. Ele é o cara a ser batido no UFC. Rampage apresenta diversas brechas no jogo, que podem ser fatais frente ao adversário da vez. Assim, Jon Jones vence por finalização ou nocaute técnico no terceiro assalto.

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