Por Fernando Zanchetta, do Yahoo! Esoportes
Foto Guilherme Cruz
Já
que a intenção básica do conceito do MMA é incorporar o que há de
melhor em diversas artes marciais, e Anderson Silva desponta cada vez
mais como um dois lutadores mais letais do mundo, a ideia para este post
foi simples: consultar outros nomes brasileiros de alto calibre em três
esportes de combate distintos para opinar e 'dissecar' o estilo de
Spider.
Único
medalhista olímpico brasileiro no boxe (bronze em 1968, no México), o
ex-pugilista e hoje empresário Servílio de Oliveira destacou a dinâmica
ímpar na movimentação como grande trunfo do campeão.
"Ele
combina bem o jogo de pernas lateral com os jabs, e domina como poucos
as dimensões do octógono. Assim dificilmente é fica na mira do oponente
ou é atingido. É a receita básica para qualquer lutador se dar bem",
disse Servílio.
A
estratégia ousada e provocativa de baixar a guarda e esperar por golpes
- comum em muitos boxeadores -, porém, não agrada o ex-medalhista. Ele
ressalta o senso de confiança, mas discorda da postura.
"Os
caras usam luvas muito pequenas. É praticamente mãos limpas. Imagina
levar um soco daqueles sem tentar se proteger, é suicídio total. Se eu
fosse o treinador, vetaria a marra na hora", emendou.
Atualmente
um dos principais nomes do taekwondo no Brasil, Diogo Silva foi medalha
de ouro no Pan-Americano em 2007, nos Jogos Militares deste ano e está
com vaga garantida para a Olimpíada de Londres (2012). Fã confesso de
MMA, ele ainda enxerga diversos traços da luta coreana, primeira arte
marcial treinada pelo Spider.
"A
noção de distância é acima da média. Ele troca de base sempre e mantém o
quadril para frente. Outro destaque técnico é a ótima elevação do
joelho para fintar e aplicar os chutes, que mesclam a técnica do
taekwondo com a potência do muay thai. É o estilo menos truculento e
mais eficiente de todos", analisou Diogo.
Já para o ex-campeão olímpico de judô (1988, em Seul) Aurélio Miguel, a supremacia de Anderson no esporte se fortalece cada vez mais ao lado da mítica como 'imbatível'.
"Cria-se
todo um clima de dominação plena que intimida para valer os
adversários. Isso foi visto nas últimas disputas. É o cara a ser batido e
talvez nunca conheça a derrota no UFC", disse o ex-campeão.
"Não
dá para ver muita coisa de judô no padrão de luta, apenas em algumas
pegadas de braço e clinches. Mas sei que ele é muito perigoso no chão,
com jiu-jitsu (de onde vem o judô) que preza bastante os
aspectos defensivos. Eles sabem usar bem as pernas longas para
estabilizar a guarda, e tem finalizações bem treinadas", emendou
Aurélio.
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