Seguidores

domingo, 8 de maio de 2011

Com luta marcada, Leo Santos mira os EUA


Por Guilherme Cruz

Foto Eduardo Ferreira

Leonardo Santos já foi apontado o número um de sal categoria no Jiu-Jitsu, e ainda busca um lugar ao sol no MMA. Após traçar um bom caminho no Sengoku e ser cotado para um torneio pelo cinturão, o faixa-preta viu a organização entrar em crie e ameaçar fechar as portas.

Com luta marcada para o dia 21 de maio na Inglaterra, contra o atleta local Jason Ball, Leo muda seu foco. “Depois daquele tsunami, o Japão e o meu sonho foram por água abaixo”, disse o atleta, revelando à TATAME que seu objetivo, hoje, é entrar no mercado norte-americano. “Todo mundo quer lutar nos Estados Unidos. Hoje eu vou lutar na Inglaterra, mas lá na frente, o meu foco é lutar lá... Todo mundo faz isso”.

Confira abaixo um bate-papo exclusivo com a fera, que falou sobre a nova crise no MMA japonês, a luta de José Aldo no UFC e muito mais.

Como foi a preparação para essa luta na Inglaterra?

Falta só mais uma semana de treino, mais detalhes... O que tinha que fazer de treino forte, de gás e essas coisas, já fiz. Foi bom que eu peguei uma parte do treino do José Aldo, porque ele estava treinando aqui direto... A gente praticamente começou juntos. Ele começou um pouquinho antes de mim, mas desde o início do treinamento dele eu o ajudei, então isso foi bom para mim porque forçou o treino dele e o meu. O treino estava cheio, o treino de Wrestling estava ótimo, o treino de Jiu-Jitsu estava excelente, tudo de bom e do melhor. Ele saiu agora, o ritmo deu uma diminuída, mas a Nova União está toda lá no treino, eu mantive o meu treino aqui na preparação física, fiz mais Boxe, Muay Thai, e o treino de sparring foi um pouquinho mais leve porque a galera toda estava lutando. Mas, eu estou tranquilo, estou bem psicologicamente, estou bem fisicamente, estou pronto para ir para lá.

O que você conhece do seu adversário?

Eu vi que ele é um atleta experiente, tem vinte e poucas lutas, e é um striker, gosta mais disso. Eu acredito que a luta vai se desenrolar um pouco em pé, e depois a gente vai para o chão. Eu acho que é o que ele vai fazer. Eu estou preparado para chegar lá e fazer ele lutar o meu jogo: colocá-lo para baixo e tentar finalizar. Se não der, a gente vai achando outros caminhos até ele desistir.

Qual é a sua expectativa para esse ano? Essa é a sua primeira luta de 2011...

Cara, eu estou dando graças a Deus de ter fechado essa lutinha. Demorou um pouco, queria ter lutado em janeiro logo, mas ficou complicado, rolaram várias promessas, mas nenhuma se concretizou. Com aquele tsunami no Japão, eu fiquei meio quebrado, porque a gente tinha agendado para abril um GP pelo cinturão dos leves no Sengoku. Eu estava focado nisso, treinando para a luta. Depois daquele tsunami, o Japão e o meu sonho foram por água abaixo. Fiquei muito triste com o que aconteceu lá e também triste por ter cancelado o evento. Mas, aparecendo lutas, eu vou treinar como sempre, vou para cima e ver o que vai dar lá. Eu espero que, logo depois, apareça outro evento. Quanto mais eu lutar, melhor. Não dá para ficar parado. Ficando parado, você acaba enferrujando.

Antes mesmo do tsunami, os eventos de lá já estavam passando por uma crise... Você acha que eles vão conseguir dar a volta por cima mais uma vez?

Eu espero que eles consigam dar a volta por cima e voltar a ser uma potência, porque é muito triste você ver um país que era grande no MMA, tinha vários brasileiros, eles respeitam demais a gente lá, e acontece isso de ficar meio que excluído do cenário do MMA. Tem eventos que não pagam os atletas, você vê os eventos clássicos, e não é esse cenário que a gente viu desde o início. É uma coisa triste, e eu espero que eles se levantem. Eles são guerreiros, sabem fazer show como ninguém. Tem o Dream, Sengoku, o antigo Pride... O show deles não tem igual, não tem ninguém parecido no mundo que faça, então espero que eles consigam se levantar e voltar com um evento forte, um evento de prestígio, que é o que está faltando no Japão.

Eles sempre foram muito conhecidos por fazer grandes shows, além de bons eventos, mas isso não tem sido o bastante para manter os eventos vivos. Se você tivesse hoje uma proposta igual nos Estados Unidos e uma no Japão, qual você escolheria?

Hoje em dia, se você olhar pelo lado do business, pelo lado do dinheiro, você vai para os Estados Unidos, porque lá é mais fácil de você arrumar patrocínio, os Estados Unidos estão com o maior evento do mundo, que é o UFC. É uma maior vitrine para você. Você, estando lá e lutando bem, tem mais chances dos caras do UFC estarem te olhando. Hoje em dia o foco está todo lá. Todo mundo quer lutar nos Estados Unidos. Hoje eu vou lutar na Inglaterra, mas lá na frente, o meu foco é lutar nos Estados Unidos... Todo mundo faz isso. Mas, se você for pensar em termos de show, de respeito, eu acho que igual o Japão não tem igual. Os caras são demais, é difícil explicar. Quem já passou e curtiu isso, sabe que o Japão é inesquecível.

O Marlon Sandro e o Dudu Dantas acabaram de fechar com o Bellator. O que você espera deles no evento? Você pensa em tentar entrar no evento, que está crescendo muito nos Estados Unidos?

Eles têm tudo para arrebentar. O Marlon é sem comentários, é um atleta tarimbadíssimo, experiente, completo, então vai se dar bem ali, sem problema nenhum. O Dudu também é um moleque novo, que tem muito a crescer. A gente ainda vai vê-lo evoluir muito, ele está apenas no início da carreira dele, tem tudo para evoluir e ser um dos maiores atletas da Nova União. Eu estou aqui quietinho, trabalhando, treinando, ajudando meus amigos, correndo atrás também e esperando que Deus tenha alguma coisa muito boa guardada para mim no futuro. Eu acho que, se eu conseguisse lutar em um evento nos Estados Unidos, um evento grande, como o Strikeforce, o Bellator ou o UFC, para mim, seria um sonho realizado. Mas, fora isso, é treino forte o dia todo, focado na minha luta agora na Inglaterra e, se Deus quiser, arrebentar.

Você treinou o tempo todo com o José Aldo, que ele sofreu um corte no final da preparação e precisou tomar antibióticos, por isso não teria rendido 100% na luta contra o Mark Hominick. Você acompanhou esse problema?

A gente estava treinando e ele cortou o pé. Eu não acompanhei o final, que ele podia estar com uma infecção. Eu acho que ele tomou antibiótico, mas eu não estava lá... Independente disso, se ele tomou antibiótico ou não, eu achei que isso não atrapalhou nada. A luta foi dura. A gente está acostumado a ver o Junior destruir todo mundo em menos de dois rounds, só que o Hominick é um moleque muito bom em pé e tem disposição, e isso valorizou a vitória do Junior, porque ele lutou os cinco rounds com o Hominick, deu uns três knockdowns. O Hominick se escondia, e nisso ele colocava para baixo. Se você vir a luta, você vê que foi pancadaria. É impossível alguém lutar no ritmo que eles fizeram e não cansar. Ainda mais com a técnica e o ritmo que foi imposto... Não tinha como ele não cansar, mas aquilo foi parte da luta mesmo, porque o ritmo foi chocante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário