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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

MMA moderno: treinamento específico e aeróbico


Atualmente as Mixed Martial Arts (MMA) passam por um momento de evolução como um esporte popular. As técnicas evoluíram, as regras evoluíram, os lutadores evoluíram tornando-se completos e a preparação física também evoluiu, porém ainda não conseguimos acompanhar a demanda e logo o excesso do empirismo ganha enorme espaço trazendo na bagagem experiências de outras modalidades esportivas como futebol americano, Competidores de Fitness e algumas outras com o treinamento já configurado, com certeza para o objetivo delas.

Em um olhar clínico seria injusto apontar uma determinada metodologia e nomeá-la como padrão para todos os lutadores, isto já retiraria a especificidade do treinamento configurado por categoria e estilo do lutador (striker, wrestler ou grappler), componente que torna o MMA um esporte atraente para novos praticantes.

Existe sim, um bom senso quanto ao treinamento específico, e acredito que muitas vezes, os preparadores físicos almejam aparecer mais do que os treinadores (head coaches) e do que o próprio lutador. Como preparador, sei até onde vai o suporte de uma preparação física e esta última não deve ser superior a preparação técnica.

Quanto aos acessórios de treino como o pneu de trator, o elástico entre outros, podem ser incluídos sim, porém existe uma cota para utilização dos mesmos. Particularmente em alguns casos a “velha” barra e o “velho” hálter podem proporcionar resultados positivos, mas o que vemos muitas vezes são algumas criações circenses.

O grande segredo está no planejamento e na boa relação lutador-preparador. O primeiro grande passo é enxergar o lutador como ser humano e não como número, e depois claro, não podemos descartar o lado “atleta de alto rendimento”.

No início de cada periodização é realizado um trabalho linear, ou seja, uma valência física desenvolvida, por exemplo a força, e nesta seria variada a porcentagem da carga. Veja o modelo a seguir:

Semana 1 (Força – 90% de 1RM);

Semana 2 (Força – 100% de 1RM);

Semana 3 (Força – 80 a 85% de 1RM).

*RM = Repetição máxima

Já a periodização mais utilizada hoje no MMA é a não linear, que utiliza e desenvolve alternadamente as valências exigidas no combate, como força, potência, resistência de força e manutenção de força. Podemos ver um exemplo bem simples de cronograma de treino dentre vários:

Segunda-feira (Força Específica):

Desenvolvimento de força através de movimentos que simulem gestos do combate.

Quarta-Feira (Potência – Pliometria):

Trabalho de saltos combinados com chutes e joelhadas, flexões pliométricas combinadas com socos e cotoveladas.

Sexta-Feira (Resistência de Força):

Treino Circuitado com objetivo de aumentar o lactato, ou seja, criar maior resistência muscular.

A divisão do cronograma, a porcentagem de carga e variedade de exercícios fica a critério do preparador físico de acordo com o peso por categoria e o estilo de cada lutador.

Pelo que se consta é o método mais eficaz e que vem prevenindo a ocorrência de lesões por simular gestos executados em situações de combate.

Segundo o preparador Ítallo Vilardo, qualquer movimento que o corpo humano faz é treinável. Esta definição logo mata a questão do treinamento de cardio para lutadores. O que seria mais eficaz e funcional para o atleta de MMA: lutar em treino configurado ou correr?

* Por Diogo L. de Souza

Formado em Educação Física pela UNISA, pós-graduado em reabilitação cardíaca e casos especiais pela Universidade Gama Filho

Faixa-preta de BKenpo, faixa-azul de Jiu-Jitsu

Preparador físico credenciado pelo Conselho Nacional de Boxe, gerentee carreira de lutadores de MMA, colaborador sobre temas de preparação física do site dos irmãos Nogueira, Leandro Paiva, BKenpo e outros, além de ser um dos idealizadores do Team Nogueira Camp 2001 by Coach

http://www.coachdiogomma.com.br

diogo.teamnogueira@hotmail.com

diogo_ls@hotmail.com

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