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sábado, 16 de julho de 2011

Lyoto não espera “retaliação” de Dana White


Por Marcelo Barone

Foto Eduardo Ferreira

A decisão de não enfrentar Rashad Evans, no UFC 133, dia 6 de agosto, foi tomada por Lyoto Machida durante essa semana. Depois de muita especulação a respeito de quem enfrentaria o norte-americano, o brasileiro, diante do pouco tempo hábil para treinar para o combate, declinou do pedido do UFC. Na realidade, o Dragão colocou uma condição para entrar no octagon: ganhar um salário bem acima do que recebe normalmente.

Em entrevista exclusiva à TATAME, o atleta de Belém esclarece que, caso topasse a peleja, colocaria muita coisa em jogo, o que só compensaria com uma bolsa polpuda.

“O UFC me convidou para uma luta faltando três semanas para o evento e eu disse que não aceitaria desde o início. Eu não estava bem preparado, seria contra meus princípios de profissionalismo, contra a minha família e contra a minha equipe, que não queriam que eu lutasse”, disse o carateca, confessando que pensou em aceitar a luta.

“Era o meu coração de lutador contra a minha razão de profissional. Fiquei dividido, pois estaria só com 60% da minha preparação. Iria botar em risco meu nome e minha trajetória, o que nunca fiz. Mesmo nas minhas derrotas estava no meu melhor. O UFC insistiu e eu disse que só tinha uma condição para eu aceitar a luta: uma proposta melhor. A gente vive de vitória. Se eu perco, caio lá para baixo do ranking. Exigi um dinheiro maior para cobrir os riscos e ter uma garantia para me recuperar. Fora os gastos de levar toda a minha equipe, fazer treinamento nos Estados Unidos esses 20 dias, o que demanda custo. Não posso chegar lá pela mesma coisa, teria que ser uma outra situação”, afirmou Lyoto, seguro da decisão.

Por telefone, o atleta disse ainda que não ficou chateado com o fato de Dana White, presidente do UFC, ter revelado em uma entrevista que Lyoto havia pedido um “salário de Anderson Silva”.

“É uma questão dele. Eu não falaria nada, mas se ele falou, é uma questão dele, que é o presidente, e não posso me meter. Talvez, se ficasse em silêncio poderia ser melhor, mas foi a público e não fiquei chateado. O mais importante é que estou tendo direito de resposta. Toda história tem dois lados, que devem ser ouvidos para se ter uma noção do que aconteceu”, declarou o brazuca, que espera não haver retaliação do mandatário.

“Pode ser que isso aconteça. Ele falou que não, mas a gente não sabe. Espero que não. A gente tem que saber separar as coisas. Esse foi só um dos negócios dos vários que temos para fazer”.

Enquanto um novo duelo não é agendado, Machida, que pretende travar uma batalha até o fim do ano, trata de uma tendinite do cotovelo direito com sessões de fisioterapia em Belém.

“Sinto muita dor no cotovelo ao flexioná-lo e distendê-lo. Estou me recuperando para quando minha luta for marcada eu poder treinar com mais tranquilidade. Venho correndo, fazendo Caratê, um pouquinho de Jiu-Jitsu, mas sem o compromisso da luta, sem essa exigência. O treino com luta marcada é muito diferente”.

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